De todas as doenças e malefícios sofridos e descobertos pela humanidade, a paixão é a forma mais destrutiva quando acontece de maneira desenfreada. Aos que amam, deseja-se que sejam correspondidos e caso não o sejam, que sofram o mais breve possível. O sofrimento de amor é aquele que não te atinge fisicamente, a menos que o cidadão seja afeito a mutilações bárbaras ou no mínimo, à decadência provocada pelo consumo de álcool e outras drogas. Quando não se corresponde a uma paixão de tão bom grado oferecida, corre-se o risco de sofrer por osmose do mesmo malefício futuramente. A paixão desmedida tempera romances e movimenta a vida de moças com o passar dos séculos e mesmo com a gente se acostumando com essa presença em nossas vidas, nos surpreendemos com o seu furor, o qual se manifesta quando menos esperamos, no ápice da intensidade. Mas o fato é que a paixão não dura para sempre, graças a Deus, para o bem e para o mal. A paixão surge, queima, destrói, arrasa e depois se abranda. Parte deixando poucos vestígios e é depois que parte é como se estivéssemos mais fortes, mais crescidos, menos ingênuos. Até que tudo recomece, ardendo e queimando, como de praxe.
"(...) Como vês, Capitu, aos quatorze anos, tinha já idéias atrevidas, muito menos que outras que lhe vieram depois; mas eram só atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis, sinuosas, surdas, e alcançavam o fim proposto, não de salto, mas aos saltinhos."
domingo
Breve Parágrafo Sobre a PAIXÃO.
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2 comentários:
Deveras intenso nas palavras, conceitos, configurações... de certo pode ser desse jeito, mas sempre há algo que fica ao oculto, ao surpreendente, ao ainda não vivido! Ainda que pareça uma paixão qualquer, existem pontos que não podem ser medidos e não são passíveis de definições...
Belo texto ;)
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