TINHA EU POR VOLTA DE DOZE ANOS QUANDO PASSEI A ME INTERESSA PELOS ATRIBUTOS DO SER FEMININO. AQUELA CRIATURA QUE SE DESENHAVA PERANTE OS MEUS OLHOS ERA DIGNA DE UMA PINTURA DIVINA. ERA COMO SE TODOS OS MEUS SONHOS TIVESSEM SIDO TRADUZIDOS EM TOTAL ESPLENDOR. ASSIM ERA CAPITU, A NOIVA QUE SEMPRE DESEJEI MAS QUE NÃO SOUBERA EM PALAVRAS DESCREVER. QUANDO BRINCÁVAMOS EM CRIANÇA, ERA COMO SE EU FOSSE SEU IRMÃO MAIS NOVO, EMBORA FÔSSEMOS SEMELHANTES EM IDADE. CAPITU DOMINAVA MINHAS AÇÕES COM UMA FACILIDADE INEXPLICÁVEL. ERA COMO SE, PERTO DELA, TODAS AS MINHA VONTADES FOSSEM MEROS ARROUBOS DE RAPAZOTE. MANTINHA SOBRE MIM UM FASCÍNIO, UM ENCANTAMENTO QUE EU JULGAVA EXISTENTE APENAS EM HISTÓRIAS E FÁBULAS PARA CRIANÇAS PEQUENAS. O ÁPICE DO MEU ENCANTAMENTO OCORREU QUANDO ME PEGUEI A FAZER VERSOS ENCOSTADO NO CANTO DO MURO
ERAM VERSOS RUINS, CREIO EU. GRAÇAS A DEUS FORAM DESTRUÍDOS NUMA TENTATIVA DE IMPEDIR QUE DELES OUTROS SE APROPRIASSEM. MESMO ASSIM NÃO PUDE APAGAR O QUE TRAZIA ESCRITO DENTRO DE MIM. E ESSES ESTARÃO PRA SEMPRE ESCRITOS, SEM QUE NINGUEM MAIS LEIA, SEM QUE NINGUÉM DELES SAIBAM, NEM MESMO CAPITU, MINHA MUSA DAS NOITES INSONES. PRA ONDE FOR LEVAREI MEUS VERSOS INTERNOS, VERSOS ETERNOS, QUE DURARÃO PARA SEMPRE... OU ATÉ QUE O TEMPO APAGUE...
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