terça-feira

E o importante é viver sempre...

Já é quase meia noite. Hoje é sábado. Daqui a poucos minutos será domingo. Tento controlar o fluxo de lágrimas que insiste em brotar continuamente dos meus olhos. Acabo de ler um conto de um amigo meu, Elinaldo, O conto se chama Inflorescência. Ele conta a história de Nat, um garoto que sofre de câncer. A história é narrada em terceira pessoa, por uma garota, amiga de escola de Nat.É triste por que ele morre no final. Isso me fez parar pra pensar no quanto somos breves. Breves nesse egocentrismo ridículo. Nessa maneira vil e insossa de achar que somos sempre o centro de tudo.  Como seria bom se pudéssemos parar o tempo em determinadas partes da vida. Fazer uma tarde de primavera se estender, de maneira que deixasse seu perfume exalando por jardins e cachoeiras. Ter a sensação de que o mundo lhe pertence, de que você é dono da magnífica força que te move, a força da vida. Como seria se eu acordasse e alguém me dissesse que a minha vida a partir de agora será uma sucessão de ações repetidas? Imagine não ter o gozo de viver intensamente as novidades e surpresas desenhadas erroneamente por um anjo barroco numa nuvem colorida.  Viver meus sonhos, cada vez maiores e mais indecifráveis. Viver meus sentimentos sem reprimi-los ou moldá-los ao bel prazer da sociedade. Sonhar somente por sonhar. Amar somente por amar. Viver somente por viver.

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