terça-feira

Encantado por Clara

Estou adorando a atual vilã da novela das oito. Clara (Mariana Ximenes) me desperta vários sentimentos ao mesmo tempo. Mas nada me tira o prazer de assistir às brilhantes cenas escritas por Sílvio de Abreu. Essa tendência a gostar de vilões da ficção não é só minha não. É só você dar uma pesquisada para descobrir que o lado negro da força é cultuado por uma multidão.

Nas novelas não é diferente. Temos exemplos fortes disso. O bom vilão é aquele que consegue mexer com os brios das pessoas. Os mais cínicos, amorais, são os que fazer mais sucesso. Laura (Cláudia Abreu) em Celebridade usava do cinismo para provocar os seus desafetos. Nazaré (Renata Sorrah) era outra, que em Senhora do Destino não perdia tempo em amolar os inimigos, apelidando-os de diversos nomes feios. Flora (A Favorita) se referia à própria filha Lara (Mariana Ximenes) como “purgantezinho”.

Enfim, adoro esses vilões. Às vezes nossa vida é tão chata que partir pra ficção é a saída. E colocar os demônios pra fora é muito gostoso. E ainda mais nas novelas, quando as maldades são de mentirinha. Para nós atores, é um exercício excelente. Eu tenho o meu vilão favorito. Trata-se de Iago, o pérfido servo de Otelo, de Shakespeare. Um dia vou ser um ator pronto o suficiente para interpretá-lo.
A verdade é que todos nós temos uma parte ruim. Só que somos podados de cometer as pequenas vilanias para podermos conviver em sociedade. Por isso somos obrigados a engolir sapos e mais sapos para evitar sermos indelicados com as pessoas, embora muitas vezes elas mereçam. Isso de dizer o que se pensa sem papas na língua, é visto como vilanice. Os personagens nas novelas que costumar ter esse excesso de sinceridade são classificados como vilões. Manoel Carlos criou três personagens que simbolizam bem isso.

Íris (Deborah Secco) em Laços de Família, Paulinha (Ana Roberta Gualda) em Mulheres Apaixonadas e Isabel (Adriana Birolli) em Viver a Vida. Claro, adorava todas elas, hehehe.

Eu testei isso na vida real. Acredita que na minha turma de faculdade (o serpentário) sou conhecido como o rei dos venenos. Por que? Porque eu costumo falar algumas verdades que são traduzidas como venenos. E olha que ali é cobra comendo cobra! KKKKK! Mas eu adoro provocá-los. É tão engraçado ver como eles se incomodam. Mas eles são tão venenosos como eu. Juro!

Enfim, sou apaixonado por vilões de telenovela, e ainda bem que temos Sílvio de Abreu por que estávamos precisando mesmo de um vilão decente. As duas últimas novelas das oito (Caminho das Índias e Viver a Vida) ficaram nos devendo isso. Viva Clara!

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