segunda-feira

Minha Trilha Sonora!

Sabe quando você ouve uma música e se apaixona? Eu sou um mestre em me apaixonar facilmente. Já disse isso em outro post. Mas isso também se refere à questão musical. Tem músicas que realmente grudam na minha cabeça e eu não consigo parar de ouvi-las. Ouço mais de mil vezes!


A do momento é “Chica Chica Bom Chic”, na voz inebriante de Bebel Gilberto, que faz parte da trilha de Viver A Vida. Bebel me proporciona momentos ótimos quando eu escuto também “Eu Preciso Dizer Que Te Amo”, sua parceria com Cazuza. Cazuza foi um cara que eu admiro. Como compositor, pelo seu inegável talento, e como pessoa por não ser covarde. Por ter a coragem de se jogar no que ele queria. Acabou mal. Mas viveu plenamente. Queria ter essa coragem. “Codinome Beija-Flor” é linda! Uma pérola. Na mesma linha vem o Frejat, com “Segredos”.

Caetano é um compositor foda! Suas canções são inteligentíssimas. “O Leãozinho”, “Nosso Estranho Amor”, “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, “Alegria, Alegria”, Tropicália”, “Não Enche”, “Trem Das Cores” são apenas algumas de suas pérolas. Maria Bethânia tem uma interpretação digna para qualquer canção, mas eu sou apaixonado por “Eu Que Não Sei Nada Do Mar” e sua versão de “É O Amor”. Gal Costa me brinda sempre com “A História de Lili Brown” , “Caminhos Do Mar” e “Modinha Para Gabriela”.

Nando Reis e Arnaldo Antunes são brilhantes. O primeiro compôs “Mantra”, “O Segundo Sol”, “All Star” e “Pra você Guardei o Amor”. Já Arnaldo fez “Saiba” e suas parcerias com Marisa Monte e Carlinhos Brown são o supra sumo. Marisa é uma cantora que me emociona. “Velha Infância”, “Amor I Love You”, “Beija Eu”, Gentileza”, “Infinito Particular”, “Magamalabares”, “Não É Proibido” e etc. Apesar de alguns críticos dizerem que ela é técnica demais, eu não me importo. Adoro Marisa.

Outra que eu curto, como um bom baiano, é Daniela Mercury, a rainha do axé. A música de Daniela não é um axé barato, feito de qualquer jeito. Ele tem toda uma preocupação artística na concepção de seus discos, que são espetáculos cênicos, e não simples shows. Suas interpretações de “Esqueça”, “Mutante”, “Andarilho Encantado”, “À Primeira Vista”, “Tico Tico No Fubá”, “Cinco Meninos”, “Cidade Elétrica” são excepcionais.

Mas não vou continuar falando dos meus cantores favoritos, por que senão este post nunca vai ter fim. Mas só pra fazer justiça, meus outros ídolos: Clara Nunes, Elis Regina, Nara Leão, Gilberto Gil, Pitty, Maria Rita, Toquinho, Djavan, Roberto Carlos, Cássia Eller. Raul Seixas, Roberta Sá, Sandy, Leoni, Vanessa da Mata, Legião Urbana, Skank... Enfim vários.

No quesito música internacional no momento estou curtindo Mariah Carey, Beyoncé, Coldplay, Maroon 5, Bread, Shakira, Britney Spears, Kate Perry, Beatles, Travis, além das várias trilhas de musicais como Chicago, Hairspray, Nine e Across The Universe!

Meu Top 5 do Momento:

Internacional:

01 – Fuego – The Cheetah Girls
02 – You Cant Stop The Beat – Hairspray Soundtrack
03 – Cinema Italiano – Nine Soundtrack
04 – Lucy In The Sky With Diamonds – Across The Universe Sountrack
05 – Does Your Mother Know – Mamma Mia! Soundtrack

Nacional:

01 – Chica Chica Bom Chic – Bebel Gilberto e Carlinhos Brown
02 – Andarilho Encantado – Daniela Mercury
03 – Codinome Beija Flor – Cazuza
04 – Pense em Mim – Cheiro de Amor e Darwin
05 – As Máscaras – Cláudia Leitte

As Divertidas Confusões de Tempos Modernos



Fiquei muito feliz com a notícia de que Bosco Brasil escreveria a nova novela das sete. Vindo do teatro, com algumas passagens pela tv, como parceiro de Sílvio de Abreu em “As Filhas Da Mãe” em 2001 e co-autor junto com Cristiane Friedmann em Bicho do Mato, na Record em 2006, Bosco é um autor dinâmico e inteligente, a prova disso está em Tempos Modernos, que estreou há menos de um mês. A novela tem uma trama ágil e criativa, personagens que beiram o caricato e a maioria de seus atores são pouco conhecidos do grande público.

Começando por seus protagonistas jovens, achei muito repetitiva a dobradinha de Fernanda Vasconcellos e Thiago Rodrigues, apesar disso ser muito comum nos tempos áureos das telenovelas, vide Tarcísio e Glória, Yoná Magalhães e Carlos Alberto e entre outros. Thiago continua repetitivo na sua interpretação, enquanto Fernanda está acima do tom, over.

Nunca fui grande fã de Antônio Fagundes, mas agora, com o Leal, eu consegui ter um pouco de simpatia pelo ator. Apesar de parecer estar vendo Juvenal Antena (Duas Caras, 2007), Leal proporciona momentos cômicos numa dobradinha com computador Frank. Eliane Giardini está ótima como a dançarina Hélia, mãe do protagonista Zeca. E como vilã jovem, temos Priscila Fantin, que me dá a impressão novamente de estar em 2007, dessa vez, assistindo Sete Pecados. Nara é quase uma versão 2010 da Beatriz. Mas acredito que com o tempo Priscila possa dosar sua interpretação e fazer da Nara uma vilã divertida e detestável.


Nos coadjuvantes tenho Leonardo Medeiros, na pele do roqueiro Ramón, que foi abandonado pela mulher, a cantora de ópera Ditta, vivida por Alessandra Maestrini. Leonardo é outro que parece estar despejando o texto. As gírias usadas pelo personagem chegam a soar ridículas, por que ele parece estar pouco à vontade com o papel. Alessandra ainda não mostrou a que veio. Otávio Augusto vem repetindo o seu personagem Chuchu, de Três Irmãs (2008). O mesmo com Otávio Muller. Regiane Alves está over, já Vivianne Pasmanter está ótima como a Regeane.

Eu consegui entender as ironias do vilão Albano (Guilherme Weber). Tem um texto muito inteligente em que Bosco critica as mazelas do Brasil. Mas Guilherme ainda precisa encontrar o tom. Mas, competente como ele é, logo logo ele chega lá. Seu par porém, Deodora, de Grazzi Massafera, está uma decepção. Robótica e muito clichê, Deodora mais parece uma caricatura de vilã. Uma Flora (A Favorita, 2009) em versão infantil. Outros estão indo bem: João Baldasserini, Mallu Galli, Pascoal da Conceição, Cláudia Missura, Edmilson Barros, Débora Duarte e Felipe Camargo. Espero que com o tempo, os personagens mostrem a que vieram e a história realmente pegue fogo!

Curtindo New York!


Semana passada, embalado pela estréia de Gossip Girl na tv aberta, no SBT, resolvi ler o livro que deu origem à serie. Gossip Girl: As Delícias da Fofoca é uma obra que trata da realidade de jovens ricos e sem limites da sociedade americana. Sua série literária não para de dar frutos. Tem até agora, nada menos do que doze sequências. Me apaixonei pela história e seus personagens. Já estou no terceiro livro.


Bom, mas vamos à história. Gossip Girl acompanha a trajetória de Serena van der Woodsen, jovem linda e loura, sempre envolta com festas e biritas, dinheiro jogado fora aos montes, roupas de grifes e celebridades à sua volta. Serena é a melhor amiga de Blair Waldorf, que a admira, mas não deixa de se sentir em segundo plano, já que Serena, sempre é a mais tudo: a mais bonita, a mais sexy, a mais fotogênica, a mais popular. Igualmente rica e louca para aprontar alguma, Blair é a namorada de Nate Archibald, um mauricinho que fuma maconha e não sabe o que quer vida. Para completar a turma, eis que surge Chuck Bass, Um típico filhinho de papai acostumado ter as garotas aos seus pés, é lindo como um Deus, mas não vale um euro.

A história é contada a partir da perspectiva da misteriosa Gossip Girl, que mantém um blog na internet que atualiza a alta roda sobre a vida social de Serena e seus amigos, sendo que ela não se preocupa se os dados que lhe chegam são reais ou não. O primeiro livro conta com a volta de Serena, que fora para França para estudar e quando volta se encontra de repente em meio a estranhos. Na verdade, todos têm uma história diferente sobre ela: uns dizem que foi presa, outros que foi expulsa do internato porque transou com toda a equipe de esportes, que tem um filho que está sendo criado na França, enfim, toda uma infinidade de histórias. Blair, indignada por ter sido abandonada por sua melhor amiga no momento mais difícil da sua vida (quando seu pai se assumiu gay e se separou, indo morar em Paris, tornando-a o centro da atenções graças ao escândalo), tornou-se a rainha da escola, coisa que, ela sempre quis ser. Virgem, almeja sua primeira noite com Nate no dia do seu aniversário. O que ela não sabe é que Nate já perdeu a virgindade. E com Serena. Mas ela acaba descobrindo, e é justamente quando Serena volta. Cabeças vão rolar.

Junte a isso mais um punhado de personagens, como Dan, um cara viciado em cafeína apaixonado por Serena, Vanessa, melhor amiga de Dan, apaixonada por ele, e que sonha em ser cineasta, Jenny, irmã de Dan, apaixonada por Nate, entre outros. Lendo, mergulhei no universo que todos queremos pertencer. A alta roda nova-iorquina com direito a muito champagne, grifes, celebridades, e claro, muita fofoca.

All the Single Ladies!


O Brasil está eufórico. A cantora do momento e musa do hip hop Beyoncé está aqui. Fez shows em Sampa, no Rio, em Floripa e depois virá para Salvador. E eu tô aqui, triste, porque não poderei ir. O ingresso custa 180 reais a pista! E pra uma pessoa que anda a pé por não ter R$ 2,30 pra andar de ônibus, esse ingresso é uma facada, um estupro.

Ah! Queria tanto ir. Mas fazer o quê? Nem sempre o que a gente quer é o que é bom pra gente... Mas buááááááá! Eu queria ir!! Não, e o pior é que em qualquer lugar que eu olhe, nos jornais, revistas, na rádio, outdoors, em tudo o que é lugar lá está ela,linda e glamourosa. Sabe quando você está fugindo de uma coisa e parece que a coisa está te perseguindo? Estou assim. Fugindo da diva.

Deixa eu contar um “causo”. Como eu já disse aqui, eu gosto muito de fazer amizades. Mas de vez em quando, eu bato o olho em alguem e crio uma implicância com o dito cujo. E essa semana aconteceu isso. Uma criatura que agora faz parte do meu círculo social, me fez um comentário ultra arrogante sobre este blog. Tudo bem que eu posso não ser um Arnaldo Jabor da vida (bem que eu queria ser!), mas eu também não sou nenhum idiota burro que não tenha a capacidade de articular meia dúzia de palavras.

A criatura teve o desplante de me perguntar se eu achava que alguém ia deixar de ler o blog do Arnaldo Jabor para ler os meus textos. Santa paciência. Mas a parte que me deu mais raiva, foi o fato de que eu não consegui responder à altura. Que ódio de mim! Mas eu devia! Me pegou de surpresa e eu fiquei feito um abestalhado embasbacado. A partir daí já não quero ter nenhuma relação fraternal com esta persona non grata. Engraçado que quando eu entrei na Cia Terra Brasilis para fazer Escombros, eu me dei bem com particularmente todo mundo. E agora no início desse novo processo, eu bato de frente com alguém. Eu mereço!

Sabe aquele ditado “dou um boi pra não entrar numa briga e uma boiada pra não sair dela”? Pois vai ser assim minha relação com o “dito” a partir de agora. Como tenho que ser profissional e não posso me dar ao luxo de recusar trabalhar com ele, posso simplesmente me manter no direito de ignorá-lo, ou no máximo, ser muuuuuuuito falso (risos). Eu me divirto muito com isso. Amor com amor se paga. E veneno também. Sério. Muito engraçado minha relação com meus rivais. Chega a ser como uma injeção de ânimo para continuar freqüentando o curso de teatro. Adoro uma boa competição, uma boa rivalidade. Assim também aconteceu na faculdade. Humpf. Daqui a alguns dias minha folga acaba. Vou voltar para o serpentário (risos). Eu e minha síndrome de vilão da Malhação.

Mas é isso. Vou continuar na minha vidinha de sempre pra ver se acontece algo de novo. Ah! Estou viciado na série Gossip Girl, agora em exibição pelo SBT. É massa. Logo de cara baixei dez dos treze livros na qual a série é baseada. Mas isso é assunto para o próximo post. Bye bye.

"Quando se confia na própria capacidade, jamais se olha um inimigo como concorrente, esse é o espírito da liderança, pois a vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem." (John Galbraith)

quarta-feira

Lembranças do Passado: Minhas Crônicas Escolares!

Hoje é um domingo como todos os outros. Passei o dia trancado no quarto ouvindo música e assistindo. Assisti a minissérie “Maysa – Quando Fala o Coração”. E fiquei ouvindo “É o Amor”, na voz abençoada de Maria Bethânia, enquanto me entregava aos meus devaneios. Li “ A Outra Face”, de Sidney Sheldon, o qual devolverei à biblioteca, juntamente com “O Vampiro Lestat”, que por sinal, pulei trechos enoooooomes que eram pedantes demais.


Enquanto revezava minha trilha musical, optando ora por Maria Bethânia ora Cássia Eller (com a belíssima “O Segundo Sol” do poeta Nando Reis) pensava nos meus amigos de infância. Imaginava onde estaria cada um deles naquela momento. O que estariam fazendo. Sabe, eu tenho uma mania muito louca que eu ponho em prática quando estou no ônibus. Eu tenho o costume de observar os prédios de Salvador e imaginar que tipo de pessoa mora em cada janelinha daquelas, se têm namorado(a), se saem para se distrair, o que pensam da política, do mundo, do aquecimento global, da vida!

E hoje eu imaginei como estariam meus (ex) amigos de infância. Na primeira escola que eu estudei, fiz um amigo que era como um irmão para mim, o que não é novidade já que, embora anti social eu me afeiçoou muito fácil às pessoas com quem pego amizade. Infelizmente, ou acredite se quiser, eu esqueci o nome desse meu amigo. Só me restaram lembranças vagas, flashes para ser mais exato. Me lembro do irmão dele que ia buscá-lo de bicicleta e então nos despedíamos prometendo um ao outro assistir ao episódio do dia de “Cavaleiros do Zoodíaco” desenho pelo qual éramos fanáticos, não perdíamos um episódio. Enfim, mudei de escola, mudei de ares e perdi o contato com meu amigo. Hoje ele não passa de uma vaga lembrança. Infelizmente.

O ARCO ÍRIS

Na minha segunda escola, o Colégio Arco Íris, fiz amizade com Érica. É interessante, por que nossa amizade começou pelo contrário. Tivemos uma briga feia na porta da escola. O caso é o seguinte. Birrento como eu era, arranjei briga logo nos primeiros dias de aula. Não me lembro o motivo. Só lembro que Érica e eu chegamos as vias de fato na frente da escola com todos os alunos em volta gritando. Depois desse incidente, viramos amigos,inclusive voltávamos pra casa juntos, já que morávamos na mesma rua.

Danilo foi quem me ensinou tudo sobre a diferença entre meninos e meninas. Falo no sentido sexual da coisa. Ele me dava aulas teóricas sobre sexo, como um grande entendido do assunto, que era como ele posava e eu acreditava que fosse. Tempos depois descobri que ele era meu primo de 2º grau. Pois bem. Danilo foi meu melhor amigo nos três anos em que passei nessa escola. Fazíamos trabalhos em dupla, brincávamos no recreio, enfim, melhores amigos mesmo. Pelos menos da minha parte.

Danilo tinha o péssimo hábito de roubar meus brinquedos, depois fazia aquela cara de santo e dizia: Thi, você sabe que eu não peguei né? Deve ter sido fulano! E eu (inocente ou idiota?) acreditava piamente no pilantrinha. E assim foram nos meus três anos na Escola Arco Íris. Lá conheci Michelle e Dayane, das quais falarei mais a frente. Tirando esses, não tive contato com mais ninguém que valha a pena. Quer dizer, tem mais um. Matheus.

Tenho a impressão de que Mateus já era nerd desde o útero da mãe. Branquinho e com uma voz meio fanhosa, ele era a inocência (e a safadeza com o passar dos anos!) em forma de garoto. Fanático por desenhos japoneses, o famoso POKÉMON era um desses, era um excelente aluno. Íamos à missa de quinta feira juntos. Em Esplanada era costume a missa de quinta feira ser especial, a missa das crianças. Porém, apesar de dar-nos muito bem, nós éramos (somos ainda) de realidades sociais diferentes, que eram claramente visíveis e me incomodavam. E muito. Exerci com Matheus o que Danilo fazia comigo: roubava seus brinquedos! (Risos) Na verdade pegava de volta, já que eu dava meus DIGIMONS, outro desenho japonês, para ele, que era insistente até dizer chega, e depois, quando eu me arrependia, sempre pegava de volta de uma maneira não convencional. Hoje eu acho graça, mas no fundo me arrependo pois acho que ele sabia disso e talvez por isso tenha se afastado de mim. Deve estar estudando em alguma mega faculdade por aí. Seja feliz Têu!!

Esqueci de dizer que Matheus tem uma prima, Priscila, que estudou comigo e que quase esqueci de mencionar. Priscila foi meu primeiro amor. Sério. Nos três anos que passei estudando com ela eu era caidaço por aquela garota sardentinha com uma voz doce e com jeitinho meio paty! Mas eu adorava! Era minha paixão secreta, nem Danilo sabia. Priscila cresceu e ficou mais bonita. Eu superei minha decepção amorosa (seria a primeira de muitas) e me tornei apenas um admirador da sua pessoa. Hoje ela é minha amiga de orkut e vez ou outra trocamos scraps. Foi uma paixão que eu curti. Arrasou meu coração infantil, mas foi legal.

No Arco Íris tive as minhas primeiras experiências negativas em relação a minha posição social. Minha mãe trabalha como empregada doméstica, a qual aliás, eu tenho muito orgulho, por que foi com esse emprego que minha mãe me criou e me sustentou e me ajuda até hoje. Mas enfim, por não ter a mesma disponibilidade financeira dos meus amiguinhos, várias vezes eu fui excluído do convívio. Eu me achava o pior dos garotos, sem parar pra pensar que eu tinha os mesmos valores que eles, por que eu podia não ter dinheiro, mas era inteligente, e era um artista, coisa que nenhum deles é (pelo menos não que eu saiba). Eu tinha um colega de classe que constantemente me chacoteava e me hostilizava. Ele se achava o último biscoito do pacote por ser filho do prefeito. Nos odiávamos, e eu desejava secretamente que o pai dele perdesse as eleições para que ele tirasse aquele sorrisinho prepotente do rosto. Um ano depois isso aconteceu, mas não tive, infelizmente, o prazer de ver a cara do dito cujo. Hoje não sei o que ele faz da vida, se não estou enganado, parece que é faculdade de Direito. Pelo histórico de criança, espero que não seja um profissional corrupto. (Veneno).

O ACM

Quando eu terminei a terceira série, após ter enfrentado uma puta recuperação, à qual inclusive eu tirei 9,5, feito que eu jamais tornaria a repetir, fui transferido, com muita dor no coração, de escola. Odiei. No começo. Comecei a quarta série no Colégio Municipal Dr Antônio Carlos Magalhães (ACM). Lá reencontrei Danilo que fora transferido também, para o terror da minha mãe, que o considerava uma péssima influência para mim. O ano 2000 foi um ano de mudanças. Conheci novos colegas e fiz outras amizades. Meu primeiro amigo foi Maílson, fanático por motos e velocidade. Também fiz amizade com Rafael, que estudou comigo até eu me formar em 2007.

Em 2001 eu conheci aquele que seria meu amigo mais valioso. Magno começou a estudar comigo na quinta série. Fizemos amizade logo. Fugíamos várias vezes no final da aula para jogar vídeo-game, fato que resultava em broncas e surras em casa, mas eu adorava, e invariavelmente, levava meu amigo para o mal caminho. Danilo nessa época tinha ido embora para São Paulo e eu já nem me importei muito, devido a uma ruptura na nossa amizade, talvez pelo fato de estarmos em escolas diferentes ou por estarmos crescendo, não sei o por que! Magno foi meu colega de classe até a sétima série, em 2003. Nesse ano eu passei por momentos difíceis. Graças ao péssimo relacionamento que tinha (e mantenho até hoje) com o meu padrasto, passei uma temporada morando na casa dele, juntamente com seu irmão, Henrique, dono de uma academia. Devo a ele todos os momentos de alegria que passei em meio aquele turbilhão que foi o ano de 2003. Hoje Magno continua em Esplanada e eu espero que surjam oportunidades bacanas para ele, pois ele merece.

Depois que Magno foi embora em 2004, eu fiquei sem amigos, Rafael só vivia a me sacanear e eu não queria uma amigo assim. Nessa época eu era o cdf da sala, apesar de ser péssimo em matérias de exatas. Apesar de tudo, passei direto para o segundo grau. Ia para um novo colégio.



O SAN MARINO

O Colégio Estadual Frei Gregório de San Marino era uma escola que eu detestava, até hoje não gosto de lá, tive experiências horríveis, mas também foi essa escola que me proporcionou reencontrar Dayane, Michelle, e Maílson (que tinha saído do ACM em 2004). Primeiramente me uni a Michelle. Eu estava trabalhando no quisque do pai dela, então a aproximação era óbvia. Éramos um grupinho: Erivaldo, Janaína, Michelle e eu. Colávamos juntos, ríamos dos outros juntos, enfim, era uma farra. Pelo menos no meu primeiro ano no San Marino (2005) foi assim. Depois, por motivos que não vêm ao caso, eu me afastei de Michelle, que não se revelou uma pessoa muito ética. Eu errei, ela errou, erramos todos. Nossa amizade, hoje eu digo com veemência, graças a Deus acabou!

Janaína era muito divertida. Muito mesmo. Me mijava de rir com as loucuras que ela dizia e com suas peripécias sexuais. Era uma louca. Nos abandonou no meio de 2006 para estudar à noite pois seu pai morrera e ela tinha que colaborar nas despesas da casa. Depois parou de estudar por que engravidou.

Erivaldo é um capítulo à parte. Ele é da mesma igreja do meu antigo vizinho. Conheci ele lá. Me espantei com a sagacidade daquele menininho mirradinho que dizia ter a mesma idade que eu. Duvidei. Na semana seguinte ele me trouxe a prova: uma prova sua da escola, mostrando que realmente ele estudava na sétima série e que tinha a minha idade (ele, aliás, é mais velho que eu um mês!). Mal sabíamos que dali a dois anos estaríamos estudando juntos. Foi uma das melhores coisas que o San Marino me trouxe. Eri é muito inteligente, uma super computador ambulante, saca tudo de informática, é um dos melhores atores cômicos com quem eu já contracenei, é um show de stand up comedy ambulante. Costumava passar os domingos na minha casa, onde desfrutávamos de um dia agradável rindo com as loucuras dele. Egocêntrico até dizer chega, aliás, o ditado “a modéstia é para os medíocres” cai como uma luva para ele. Eri é um cara com um potencial gigante, maior até que o meu, e que eu espero sinceramente que chegue lá. E ele vai chegar eu sei. Talento e competência não lhe faltam. É hoje, meu melhor amigo e a pessoa que eu mais confio!

Logo quando entrei no San Marino, a Rainha da Escola era Dayane Dórea. Estudei com Day no Arco Íris. Aliás, ela era um dos meus alvos e de Danilo. Nós a pirraçávamos por ela ser gordinha, isso antes do buylling (é assim que escreve?) entrar na moda, como é hoje. Pois bem, Day no ano de 2005 era a rainha do colégio. Popular, era amada ou odiada. Quase sempre os dois. Sabe axé, que o povo esculhamba mas se acaba dançando? Assim era Dayane. Amada ou odiada, nunca ignorada. E isso não passou desapercebido para nós, Eri e eu, calouros que adorávamos uma boa rixa e um bom desafio. Logo instaurou-se uma divisão de grupos, bem no estilo Malhação sabe? Claro que nós, a turminha do barulho éramos os mocinhos, e Day e seu séquito (Arlene e Franciele, a qual apelidamos de Escrava Isaura por fazer tudo o que a sinhá, ops, amiga mandava) eram as vilãs terríveis. Competíamos em tudo: melhores notas, melhores trabalhos, melhores redações, melhores conclusões e etc. Isso no nosso primeiro ano. No segundo, quando eu já estava decepcionado com a amizade de Michelle, me aproximei de Day. Devo admitir (e ela vai me matar por isso) que no início era por interesse. Sabia que se continuasse no fundão perderia de ano. E Day, sendo ultra cdf e excelente aluna e filha da biônica Fátima Dórea, a professora mais inteligente que eu já conheci, era perfeita para me ajudar a melhorar minhas notas e meu conceito junto com os professores. Porém meu plano falhou. E por que? Por que Day era minha cópia de saias. Venenosa e ultra sarcástica, nós combinávamos como acarajé e pimenta. E bota pimenta nisso. Tínhamos a mesma linha de raciocínio, que por sinal, era giga venenoso e que atingia certeiro feito uma naja indiana. (Risos) Me apaixonei pela rainha da escola e me tornei seu melhor amigo (eu acho, e ai dela se disser o contrário) até nossa formatura em 2007, daí cada um seguiu seu caminho. Hoje ela é uma dedicada aluna de Educação Física na Uneb além de fazer outro curso que não me lembro na UNOPAR. É uma danada a filha da mãe. Uma diva!

Como em toda boa escola (se bem que, aqui pra nós, o San Marino não se encaixa nessa categoria) também tínhamos o nosso nerd. Quer dizer, nosso aluno modelo. Diogo é inteligentíssimo e nunca se conformava com uma nota baixa. Em tantos anos de vida escolar, eu tinha encontrado alguém que pudesse rivalizar comigo, que vinha de uma escola em que eu era o queridinho, tanto pelo meu entrosamento com os professores (puxa-saquismo mesmo), como pelas minhas habilidades artísticas. Diogo era popular na escola pela sua sabida e amplamente divulgada inteligência e pelo seu bom mocismo, fato que fazia ele ser constantemente chacoteado por Eri. Mas ele não se abalava. Amante de Renato Russo, Cazuza e um bom rock anos 70, ele era uma amigo leal e que tinha um bom papo. Com ele você podia ter uma conversa que não fosse somente sobre mulheres e sexo. Ele tem uma irmã que foi o alvo de uma paixão platônica minha por dois anos. Mas depois eu aprendi que ninguém é de ninguém, e que eu tinha que superar. Superei. Superei rindo das situações amorosas que punham o Diogo embaraçado. Ele estava constantemente apaixonado por alguma garota que não o dava bola. Eu apostava que era pelo excesso de bom mocismo dele, já que, segundo a minha já provada teoria, mulher não gosta de homem certinho, gosta é de cafajeste, embora algumas não assumam. Diogo não poderia ser cafajeste nem se quisesse. É um cara gente boa que merece tudo de bom. E ele vai conseguir tudo que almeja. Sucesso Diogo!

Fiquei no San Marino três anos e conheci muita gente bacana: Diogo, Valdicarlas, Benício, Sérgio, Janaína, Thais, Mahiara... Bom, pode parecer pequena a lista mas se eu colocar todo mundo vou estar sendo falso, já que eu não gostava de todo mundo (risos). Foram três anos difíceis, mas gratificantes no final de tudo. Mas mesmo assim, a única coisa boa que tirei de lá, foram meus amigos.

Enfim, aqui acabo meu devaneio, lembrando figuras que marcaram minha vida, Amizades são como pérolas que devem ser preservadas. Senão depois ficam que nem eu aqui agora: perdido nas lembranças! E agora, ouço no meu mp4 Pedro Bial dizer que amigos vão e vêm, mas nunca abra mão dos velhos e bons que tem!



Por Thiago Oliveira

Minhas Doces Férias...

Dia desses caí com um bolo num bueiro. Sério. Não estou falando no sentido figurado. É no sentido real mesmo. Caí com um bolo do aniversário num bueiro, numa esquina lotada de gente ao mesmo tempo em que ouvia o ataque de risos da minha madrinha, e os protestos de uma senhora (- Coitado! Ele quase se machuca e ela fica rindo!). O resultado da peripécia foi um buraco na perna que jorra sangue para todos os lados. Agora tenho que ficar sem fazer movimentos bruscos, senão já viu né? Com isso perdi o ensaio de quarta, e a aula de teatro na quinta. Não posso ir andando.

Eu não acredito no que eu vou dizer isso, mas, estou com saudade da faculdade. Das intrigas, das disputas, dos intermináveis trabalhos (ok, eu sei que aí já é um pouquinho demais, mas alguém precisa acreditar que eu gosto de, argh, resenhas, resumos e etc). Esse ano não faço idéia do que me espera. Quer dizer, sei sim: estudar, ensaiar, estudar, ensaiar. Ah! E estudar e ensaiar.

Adoro o meu trabalho. Embora não seja considerado um grande trabalho por alguns, ser ator é muito mais do que decorar textos ou vestir-se de outro modo e se denominar outra pessoa. É você se transformar em outro alguém. Emocionar. Divertir. Transportar aqueles pobres mortais a um mundo de alegrias ou emoções.

Aproveitei meu tempo livre para ler. Primeiro terminei Eclipse, de Stephanie Meyer, depois fui para o lado oposto e comecei a ler contos de Drummond. Mas já lí essa semana O Vampiro Lestat, de Anne Rice, e um do Pedro Bandeira chamado Anjo da Morte. Férias me dá a liberdade de recair na literatura. Agora vou ler A Outra Face, de Sidney Sheldon. E falta ainda os dez (!!!) volumes da série Gossip Girl. Mas pra quem já leu os quatro livros da saga Twilight, mais quatro dOs Diários do Vampiro e mais sete dAs Crônicas de Nárnia, isso vai ser fichinha!

Cara, é muita leitura. Acho que vou enlouquecer. Mas eu gosto mesmo assim. Bibliotecas me encantam. Não só pelo livros, mas pela atmosfera de cultura que paira geralmente nesse tipo de ambiente. Me chateia porém, que esses espaços são mal explorados. Adolescentes vivem em baladinhas de quinta categoria, ou usando drogas e dispensam oportunidades de aprender mais e adquirir um pouco mais de cultura. Coisa que com certeza eles precisam. Mas é isso, curtindo minhas férias lendo, assistindo tevê, ou escrevendo, assim vai caminhando minha humanidade.


Quando a Intolerância Ultrapassa os Limites.

Hoje (uma fatídica sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010) é mais um daqueles dias em que eu não deveria ter acordado. Meu dia foi pesado. Impermeado de problemas. Eu sou um ímã de gente chata e grossa. Definitivamente. Já me disseram que a gente atrai aquilo que a gente é, então nesse caso eu devo ser insuportável. Tá, eu sei que ninguém perfeito, e que todos nos temos o lado negro da força lá dentro. O problema é que devemos perceber quando estamos machucando o outro.

Durante toda a minha vida eu convivi com pessoas que fizeram eu me sentir pra baixo várias vezes. Em casa, na rua, na escola... Enfim, em vários lugares. Com o tempo eu fui aprendendo a lidar com determinadas situações e pessoas. Eu já tentei, por exemplo, ser uma pessoa mais fechada, sem me importar com ninguém, ignorando a tudo e a todos, mas eu não consegui. Esse meu excesso de bom-mocismo em relação aos meus amigos é irritante. Não consigo tratar mal alguém que me trata bem. Tento, mas não consigo.

Sabe o que eu queria? Ter o domínio total da minha vida. Ser independente financeiramente, socialmente, enfim, viver do meu modo. Eu me sinto preso numa redoma de vidro que impede que eu viva a minha vida da minha maneira. Eu não tenho a liberdade que os meus amigos têm. Eu não moro na minha casa. Eu tenho que seguir regras que não são necessariamente úteis para mim.

Sabe que, agora eu entendo por que algumas pessoas que passam por situações humilhantes quando crianças / jovens, quando crescem e se tornam poderosos, viram pessoas frias e insensíveis. É o medo de novamente serem expostos a situações que os deixem vulneráveis de novo. Pise antes que te pisem!

Minhas férias estão passando sem que eu faça nada de relevante. Hoje eu tive a prova da pior coisa do mundo: a intolerância. Ou se não é a pior, é parecida. É horrível quando se chega a um estágio em que não há diálogo entre as pessoas. Quando apenas uma fala e a outra e obrigada a se rebaixar sem poder dar sua visão dos fatos. É o monopólio do poder. O ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo” cai como uma luva para a minha situação. E é por isso eu tenho que crescer. Tanto profissionalmente como quanto pessoa. Eu vou crescer. E eu não vou deixar ninguém me pisar. Não de novo.

Não, meu querido amigo virtual. Eu não vou virar um psico-empresário-sangue-frio-sem-escrúpulos-e-sem-coração (embora eu confesse que seja uma idéia tentadora!). Eu só acho que eu deva mudar meu jeito. Pelo menos enquanto minha situação social independe de mim. Nessas horas eu agradeço a Deus por ser ator! Por que se tem uma coisa que eu sei fazer, é fingir. Fingir que não me importo com os olhares tortos que eu recebo, com a insatisfação da minha presença.

Cara, eu não peço que ninguém goste de mim. Só peço que me aceite. Como eu sou. Um cara sonhador (talvez seja esse o meu problema) que tem a ambição de ter uma vida melhor, que possa fazer sua arte sem problemas, da melhor forma possível. Hoje eu sinto que morreu um pedaço do Thiago. A partir de agora eu vou pesar as oportunidades que aparecem na minha frente com uma balança extremamente favorável para o meu lado. Vou deixar que tudo siga do jeito que eu quiser, e não do jeito que escolherem para mim. Esse primeiro semestre vai ser decisivo para mim. Se não acontecer nada bom o suficiente, eu volto para minha antiga vida no interior. Lá estarei em casa, com a poderosa presença materna, e sem ter que ouvir coisas que eu não preciso escutar.

É lamentável, por que terei que abdicar de coisas que eu conquistei e que já fazem parte da minha história. Meus poucos e novos amigos, minha faculdade, minha companhia teatral, meus projetos, minha vida... Parece novela mexicana (risos) mas é verdade. É ruim ter que abandonar coisas pelas quais você batalhou. Mas fazer o quê? Como diz a canção do Charlie Brown Jr ,“cada escolha é uma renúncia, isso é a vida”. Mas eu também sei que o mundo dá voltas. E numa dessas voltas eu posso estar por cima da carne seca e você que me destratou pode precisar de mim. E aí meu caro, tenha pena de você. Por que eu não terei.


“Ele se encontrava numa sala de espelhos. Cada espelho refletia um estado de espírito seu. Tristeza, alegria, raiva, amor... Ficou parado diante do espelho que reproduzia a tristeza. Viu-se de repente sem a presença dos seus. Sem pais, amigos, sem uma presença confortadora que lhe afagasse os cabelos. Mas ele tinha o poder. Forçou-se então a ir até o próximo espelho. No momento seguinte ele estava radiante, certo de que nada no mundo o afetaria. Ele podia cruzar oceanos, escalar montanhas, lutar contra qualquer um que atentasse contra ele. Ele tinha o poder. Sem se dar conta, chegou até o terceiro espelho. E lá reviu todas as situações vexaminosas as quais tinha sido submetido. Pôde identificar cada um de seus adversários, mas eles não estavam preocupados com sua presença, agora novamente pequena, miserável. Olhou para si, e mesmo naquela terrível situação pôde constatar que ainda estava lá. Ele tinha o poder. Quase que mecanicamente passou para o último espelho. E não se viu. Ou pelo menos não o jovem de agora. Viu sua mãe a amamentar-lhe, viu seu pai o ensinando a empinar pipa, seus irmãos a persegui-lo para pregar-lhe uma prenda de aniversário, viu cercado do que mais importa para um ser humano. Viu-se cercado de amor. Olhando para si, ele então compreendeu. Ele não tinha o poder. Ele era o poder. Só o amor salva.”





POR THIAGO OLIVEIRA