segunda-feira

As Divertidas Confusões de Tempos Modernos



Fiquei muito feliz com a notícia de que Bosco Brasil escreveria a nova novela das sete. Vindo do teatro, com algumas passagens pela tv, como parceiro de Sílvio de Abreu em “As Filhas Da Mãe” em 2001 e co-autor junto com Cristiane Friedmann em Bicho do Mato, na Record em 2006, Bosco é um autor dinâmico e inteligente, a prova disso está em Tempos Modernos, que estreou há menos de um mês. A novela tem uma trama ágil e criativa, personagens que beiram o caricato e a maioria de seus atores são pouco conhecidos do grande público.

Começando por seus protagonistas jovens, achei muito repetitiva a dobradinha de Fernanda Vasconcellos e Thiago Rodrigues, apesar disso ser muito comum nos tempos áureos das telenovelas, vide Tarcísio e Glória, Yoná Magalhães e Carlos Alberto e entre outros. Thiago continua repetitivo na sua interpretação, enquanto Fernanda está acima do tom, over.

Nunca fui grande fã de Antônio Fagundes, mas agora, com o Leal, eu consegui ter um pouco de simpatia pelo ator. Apesar de parecer estar vendo Juvenal Antena (Duas Caras, 2007), Leal proporciona momentos cômicos numa dobradinha com computador Frank. Eliane Giardini está ótima como a dançarina Hélia, mãe do protagonista Zeca. E como vilã jovem, temos Priscila Fantin, que me dá a impressão novamente de estar em 2007, dessa vez, assistindo Sete Pecados. Nara é quase uma versão 2010 da Beatriz. Mas acredito que com o tempo Priscila possa dosar sua interpretação e fazer da Nara uma vilã divertida e detestável.


Nos coadjuvantes tenho Leonardo Medeiros, na pele do roqueiro Ramón, que foi abandonado pela mulher, a cantora de ópera Ditta, vivida por Alessandra Maestrini. Leonardo é outro que parece estar despejando o texto. As gírias usadas pelo personagem chegam a soar ridículas, por que ele parece estar pouco à vontade com o papel. Alessandra ainda não mostrou a que veio. Otávio Augusto vem repetindo o seu personagem Chuchu, de Três Irmãs (2008). O mesmo com Otávio Muller. Regiane Alves está over, já Vivianne Pasmanter está ótima como a Regeane.

Eu consegui entender as ironias do vilão Albano (Guilherme Weber). Tem um texto muito inteligente em que Bosco critica as mazelas do Brasil. Mas Guilherme ainda precisa encontrar o tom. Mas, competente como ele é, logo logo ele chega lá. Seu par porém, Deodora, de Grazzi Massafera, está uma decepção. Robótica e muito clichê, Deodora mais parece uma caricatura de vilã. Uma Flora (A Favorita, 2009) em versão infantil. Outros estão indo bem: João Baldasserini, Mallu Galli, Pascoal da Conceição, Cláudia Missura, Edmilson Barros, Débora Duarte e Felipe Camargo. Espero que com o tempo, os personagens mostrem a que vieram e a história realmente pegue fogo!

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